O MITO DA NEUTRALIDADE

Por: Greg Bahnsen

Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. (Mateus 12:30)

1. PREOCUPAÇÕES CENTRAIS

                Você é um cristão. Você crê em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Você o adora em tudo o que faz. Você procura obedecer a Sua Palavra. Você quer honrá-lo em tudo o que faz e como filho de Deus quer que outros creiam em Cristo e sirvam a Deus. Você sabe como desafiar outros que não creem em Jesus Cristo, Senhor e Salvador para que também submetam as suas vidas a Ele.

                A principal pergunta a ser considerada é como pode dar melhor testemunho do Senhor. O EUA foi fundado como uma nação cristã,[1] e hoje a maioria das pessoas se declaram cristãos. Há igrejas quase em cada esquina e muita gente que você conhece pessoalmente diz ser cristã.[2] Como alcançar essas pessoas? Como deveria raciocinar com eles? Que método deve seguir para mostrar-lhes que Deus existe? É disso que trata este livro.

ESTABELECENDO O TEMA

                É importante entender que a forma apropriada e o método correto e os procedimentos corretos para provar a existência de Deus aos céticos, aos que duvidam e aos incrédulos são essenciais para a defesa da fé cristã. Não é que qualquer método antigo funcionará.

                Antes de tudo, devemos considerar uma pergunta crítica. Você deveria ser neutro acerca do seu compromisso cristão enquanto argumenta a existência de Deus com um incrédulo? Muitos cristãos pretendem alcançar tanto o ateu como o agnóstico dizendo algo como: “vou colocar de lado a minha crença em Deus para que possa te provar que Ele existe. Não vou depender de minha fé, para te mostrar que a existência de Deus é razoável e não somente minhas tendências pessoais.” Esse apologista “neutro” também sustentará: “eu creio que há boas razões independentes e não tendenciosas que podem leva-lo à conclusão de que Deus existe.” Desafortunadamente esta aproximação “neutra” não é bíblica, nem efetiva. Os cristãos devem estar comprometidos com procedimentos seguramente bíblicos para defender a fé. A defesa bíblica não somente é diferente da intenção da aproximação neutra, senão que é exatamente oposta. Essa é a grande diferença! Os cristãos não devem colocar de lado o seu compromisso com a fé, nem sequer temporalmente como um intento de aproximar-se de um não crente dentro de um “terreno neutro”.

                Pelo fato de Jesus Cristo ser o sólido fundamento em cada crente, os cristãos devem rejeitar o “mito da neutralidade” e afirmar que somente Deus é o ponto de partida em seu raciocínio. Os incrédulos, está claro, que objetarão a esta rejeição da neutralidade com respostas como a seguinte:

  1. “Isto não é justo! Como você pode assumir o que pressupõe que vai demonstrar?”
  2. “Isto é prejudicial! Você não pode dar o cristianismo como absoluto!”
  3. “Como temos perspectivas conflitivos de se Deus existe ou não, ambos devemos abordar o assunto a partir de uma posição neutra.”
  4. “Deve utilizar critérios que sejam comuns a todas as pessoas, não critérios gerados por suas convicções cristãs.”

O incrédulo desafiará para que você construa a tua defesa em favor de Deus num terreno neutro, sem construí-lo sobre o seu fundamento em Deus. Tenha cuidado! Se você não inicia com Deus como sua proposição base, então, não poderá demonstrar nada. Supor a existência de Deus é essencial para todo raciocínio.

DOCUMENTANDO A EVIDÊNCIA

                O princípio de neutralidade é o pressuposto que opera em toda a discussão dos incrédulos e infelizmente também na maioria dos sistemas apologéticos evangélicos. Você deve reconhecer que esta prática é quase universal no pensamento moderno. A neutralidade e a dúvida, como o seu similar, são por muito tempo, princípios indiscutíveis no conflito do mundo moderno com o cristianismo. Isto é assim especialmente desde o Iluminismo.[3] Observe os seguintes chamados à neutralidade e à dúvida:

  1. David Hume (1711-1776): “Nada pode ser mais antifilosófico do que estar seguro e ser dogmático ante qualquer tema.”
  2. William Hazlit (1778-1830): “O mais difícil na filosofia é chegar a cada pergunta com uma mente fresca e sem cadeias de teorias passadas.”
  3. C.C. Colton (1780-1832): “A dúvida é o vestíbulo que todos devemos passar antes de poder entrar no templo da sabedoria.”
  4. William H. Seward (1801-1872): “As circunstâncias do mundo são tão variáveis, que um propósito ou opinião irrevogável é quase sempre um sinônimo de um néscio.”
  5. Oliver Wendell Holmes (1841-1935): “O duvidar de nossos primeiros princípios é a marca de um homem civilizado.”
  6. Alfred North Whitehead (1861-1947): “Numa discussão filosófica, a menor insinuação de uma certeza dogmática como uma declaração final é uma exibição de loucura.”
  7. Bertrand Russel (1872-1970): “Em todos os assuntos, é algo saudável, de vez em quando por um sinal de interrogação nas coisas que por muito tempo foi considerado como fato.”
  8. Wilson Mizner (1876-1933): “Eu respeito a fé, mas a dúvida é o que te dá uma educação.”
  9. Alan Bloom (1930-1992): “A função mais importante da universidade na idade do raciocínio é a de proteger o raciocínio de si mesmo, sendo o modelo da verdadeira sinceridade.”

A mentalidade moderna demanda neutralidade como seu pressuposto operativo geral e duas aplicações influentes do pensamento contemporâneo evidenciam isto: a evolução e o desconstrucionismo.

EVOLUÇÃO

                A hostilidade do mundo contra a certeza e os absolutos como são requeridos no sistema cristão se tornou cada vez mais visível, especialmente no compromisso fundamental e controlador que domina todo o pensamento e cultura moderna ocidental: a evolução.

                A ciência moderna ensina que o homem não é o ápice da criação, senão que é o auge da evolução. A teoria evolutiva é dada como fato consumado, em todos os currículos da universidade, assim como está em todos os aspectos do pensamento moderno e da experiência. A evolução não somente influência nas ciências como a biologia, ou a terra, como é de esperar, como também na psicologia, antropologia, sociologia, política, economia, as artes, a medicina e todas as outras disciplinas acadêmicas.

                Pela natureza do assunto a teoria da evolução resiste à estabilidade e a certeza, as quais são exigidas na perspectiva bíblica. Em lugar disso, necessita de um desenvolvimento implacável e aleatório no tempo conduzindo as mudanças fundamentais e massivas nos sistemas. Oliver Wendell Holmes, ex-presidente da Justiça da Suprema Corte[4] dos Estados Unidos (1899-1902), expressou muito bem o compromisso moderno da evolução quando afirmou “nada é seguro, somente a mutação.” Como muitas vezes sucede, isto nos evoca à antiguidade. O filósofo grego Heráclito (540-480 a.C.) declarou algo bastante similar quando afirmou o seguinte, à mais de 2500 anos: “nada perdura, somente a mutação.”

DESCONSTRUCIONISMO

                Uma aplicação contemporânea influente acerca do pensamento evolutivo se chama desconstrucionismo. Esta complicada nova filosofia não se tornou amplamente conhecida fora do círculo acadêmico, mas está influenciando fortemente os intelectuais em diferentes campos de estudo e está causando o seu impacto nas classes universitárias. O desconstrucionismo apareceu primeiro como uma teoria para interpretar a literatura em 1973 nos escritos do filósofo francês Jacques Derrida (1930-2004). A sua aproximação à crítica literária deu lugar nos Estados Unidos ao que chama de Desconstrucionismo da Escola de Yale. Mas o que é o “desconstrucionismo?”

                O desconstrucionismo é um princípio de análise da linguagem moderna, o qual afirma que a linguagem se refere a si mesmo mais que a uma realidade externa. Desafia a qualquer reivindicação da verdade definitiva e de obrigação ao atacar as teorias do conhecimento e de valores definitivos. Esta filosofia afirma “desconstruir” textos e eliminar todas as tendências e as suposições tradicionais. “Os desconstrucionistas argumentam, portanto, que não existe nenhum texto escrito que comunique um significado estabelecido, ou acordado, nem que transmita uma mensagem confiável e coerente.” Os textos escritos estão sempre sujeitos a diferir em interpretações que são afetadas pela própria cultura, tendências, imprecisões de linguagem e outros motivos, e sempre falsificarão o mundo devido a estes ou outros fatores. Como consequência toda comunicação está necessariamente sujeita a diferir, ser contraditória e mudar interpretações, fazendo com que tudo se torne irreconciliável. Esta abordagem crítica é uma forma de relativismo,[5] ou nihilismo.[6] O desconstrucionismo estendeu passando os limites acadêmicos da análise literária para converter-se num princípio mais amplo, numa filosofia muito mais moderna, e um ponto de vista crítico social.

                O desconstrucionismo confronta diretamente o compromisso cristão com as Escrituras.[7] Cremos que a Bíblia é a invariável, autoritativa e veraz Palavra de Deus. Por exemplo, o salmista declara confiadamente: “as palavras de Jeová são palavras puras, como prata refinada em forno de terra, purificada sete vezes” (Sl 12:6). Cristo ensina que “a Escritura não pode falhar” (Jo 10:35b). Paulo nos informa que mais que não ser confiável, ou que careça de mensagens coerentes, ele declara que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3:16-17).

Mas o ensino aberto a estes dois sistemas incrédulos não é o único problema que os estudantes cristãos enfrentam. Existem outros para os quais se deve estar preparado.

OPOSIÇÃO ESCONDIDA

                Ainda que um professor universitário ou representante da mídia não ataque diretamente à verdade que o cristianismo declara, não obstante está indiretamente em guerra contra ela em princípio. Em todas as partes em nossa cultura secularizada – especialmente na universidade – os princípios anticristãos estão estabelecidos. Muitos temas podem aparentar serem completamente sem relação com assuntos cristãos e aparentam não opor-se às afirmações da verdade. Apesar disto, devido a sua natureza escondida podem muitas vezes ser os mais sedutores para o cristão e o mais danoso para a fé verdadeira. Eles apresentam forças erosivas e poderosas que estão silenciosamente infiltrando-se na mente do crente. Gradativamente eliminam os fundamentos da vida cristã, do compromisso com Deus e Sua Palavra. Como um câncer não identificado corroem a fé do crente importando premissas incrédulas para o seu pensamento. O periódico Christian Post informa o seguinte:

O diretor apologista de Enfoque na Família do Adolescente, o Dr. Alex McFarland, se envolveu no ministério com jovens nos últimos 16 anos. Ele disse que os estudantes, em geral, estão mal equipados para recorrerem a sua fé cristã, porque carecem de um bom entendimento dos fatos por trás do cristianismo – científico, histórico e lógico.

      De acordo com McFarland os adolescentes têm uma fé sincera como a de um menino, mas não foram expostos “à boa apologética”, o qual ele diz que é “sumamente necessário para serem capazes de defender a sua fé.”

      Ele adverte aos pais “eu aconselho a muitas famílias perturbadas, e ainda, com o coração angustiado, que dedicam 18 anos criando um filho nos caminhos de Deus e somente para ter essa fé destruída nos quatro anos de uma universidade secular.”

      Os estudos demonstram que quando os estudantes carecem de boa defesa, a sua fé desmorona. E dois terços abandonaram o cristianismo em seu último ano da universidade. Por outro lado, a fé sólida ajuda aos estudantes em todos os aspectos da vida.”[8]

O que um estudante não conhece, é o que lhe fará dano. Aqui temos três exemplos:

  1. Considerações seletivas. Ainda que um professor universitário não critique diretamente a fé cristã, desafia silenciosamente os fundamentos das premissas cristãs. A educação moderna está fazendo publicidade do ateísmo de uma forma subliminar[9]muito eficaz. O professor decide que opções são sérias, que perguntas valem a pena, que evidências deveriam ser postas diante da classe. Ele seleciona as leituras de acordo com a sua própria perspectiva, a qual deixa de fora os princípios cristãos. O estudante cristão eventualmente se adapta ao processo e começa a deixar grandes campos de estudo separados de suas crenças de fé. Esta é uma maneira sutil maneira de secularização.
  2. Tolerância neutra. A universidade e a mídia supõem que promovem a neutralidade instando à tolerância de todos os pontos de vista. O chamado à tolerância é simplesmente a aplicação do princípio da neutralidade aos temas morais. Mas, estamos todos conscientes de que para a perspectiva cristã raramente se dá a mesma tolerância. De fato, o chamado à tolerância é ainda mais contraditório em si no sistema do incrédulo. Este é tolerante aos pontos de vista que não toleram coisas tais como, por exemplo, a conduta homossexual, o feminismo, ou o aborto. Como Tom Beaudoin, professor assistente dos estudos religiosos na Universidade de Santa Clara, afirma: “a Geração X[10] não é tolerante com um Deus intolerante.”
  3. Afirmações de censura. As bibliotecas afirmam resistirem à censura em nome da neutralidade, mas uma forma de censura sempre está operando em ampliar a coleção de livros da biblioteca. Por necessidade, a biblioteca deve selecionar alguns livros em detrimento de outros – a menos que a biblioteca contenha todos os livros que foram escritos em todo o mundo. Consequentemente, algum grupo de princípios estabelecidos será aplicado na seleção de grupos. A neutralidade é uma falsa ilusão nas bibliotecas.

DEMONSTRANDO O PROBLEMA

                Muitos eruditos cristãos caem presos no mito da neutralidade: “mestres, pesquisadores e escritores são muitas vezes levados a pensar que a honestidade lhes exige colocar de lado os compromissos distintivos do cristão quando estudam numa área que não está diretamente relacionada com assuntos do culto dominical.”[11] Esta prática deve ser evitada. Cornelius Van Til[12] sempre desafiou ao incrédulo nos mesmos fundamentos de seus pensamentos. Num debate filosófico os crentes devem partir de compromissos bíblicos.

                Como cristãos devemos entendera importância fundamental, as amplas implicações e o caráter destrutivo de afirmar a neutralidade. Devemos fazer isso se estamos comprometidos com uma apologética verdadeiramente bíblica de forma que seja fiel a Deus e a sua revelação nas Escrituras. Muitos programas apologéticos requerem que suspendamos nosso compromisso com a fé para permitir um “encontro de mentes” neutro com o incrédulo. Esta suspensão da fé na verdade pode ser chamada de “uma ponte móvel” para o mundo do incrédulo. Desafortunadamente esta “ponte” te levará ao mundo do incrédulo, mas não te trará de volta.

                Você não deve colocar de lado a sua fé em Deus quando considerar seja o que for – ainda que seja a prova da existência de Deus. Tal “pensamento neutro prejudicaria a característica cristã confundindo a antítese[13] entre as mentalidades mundanas e as do crente, e ignoraria o abismo entre o “velho homem” (nossa natureza caída, pecaminosa e inata), e o ‘novo homem’ (nossa natureza do novo nascimento redimido). O cristão que se esforça pela neutralidade involuntariamente endossa premissas que são hostis à sua fé.”[14]

                Colocado de modo simples: você não pode adotar uma posição de neutralidade com Deus se quiser permanecer fiel a Cristo. O nosso Senhor nunca promove nem sequer permite que suspenda a tua fé para fazer qualquer coisa. Aqueles cristãos que procuram a neutralidade na apologética estão, de fato, construindo a sua casa apologética na “areia movediça”. Todavia, Cristo ensina que “qualquer que ouve estas minhas palavras e as obedece, lhe compararei a um homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha.” Ele continua advertindo que “mas, qualquer um que ouve estas minhas palavras e não as cumpre, lhe compararei a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia” (Mt 7:24-26). Um método apologético sábio reconhece os seus fundamentos cristãos e os usa.

                Por que não você deveria recorrer à neutralidade na apologética? A resposta é: porque devido à queda no pecado, a inimizade é o princípio que controla separando o crente do incrédulo (Gn 3:15; Jo 15:19; Rm 5:10; Tg 4:4).

                A mensagem cristã não é agradável para o incrédulo porque o confronta como um pecador culpado que está em guerra com o seu Criador e justo Juiz. O apóstolo Paulo vai além ao declarar:

A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifesto. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. (Rm 1:18-20, ARA).

Certamente isto não soa como se Paulo endossasse o princípio da neutralidade ao tratar com incrédulos. Ele ensina que os homens não são neutros, mas que são ativamente hostis a Deus, a quem eles conhecem no profundo de seus corações.

                Para piorar as coisas para a abordagem neutra, o documento fundador do cristianismo, a Bíblia, declara a autoridade infalível e obrigatória que demanda compromisso com as declarações de sua verdade e obediência a suas diretrizes morais: “a conclusão, quando tudo o que se escutou é: teme ao Senhor e guarda os Seus mandamentos. Porque Deus trará toda a obra a juízo, juntamente com tudo o que está encoberto, seja bom ou má.” (Ec 12:13-14). Esta exigência absoluta de temer ao Deus vivo e verdadeiro e obedecer a Sua Palavra-Lei obrigatória irrita a ambição central do pecador. O seu desejo pecaminoso é “ser como Deus” determinando o bem e o mal por si mesmo, sem submeter-se aos mandamentos de Deus (Gn 3:5; Rm 8:7). Na realidade “tudo o que não vem da fé é pecado” (Rm 14:23), porque “sem fé é impossível agradá-Lo” (Hb 11:6).

                Os pecadores buscam escapar das exigências dogmáticas da fé e das normas morais obrigatórias das Escrituras recorrendo a (uma suposta) neutralidade no pensamento. Tal neutralidade inclusive soma ao ceticismo por se referir à existência de Deus e a autoridade de Sua Palavra. Os incrédulos se queixam de que “ninguém conhece corretamente a ciência, portanto, a Bíblia não pode ser o que diz ser.” Interessantemente, a narrativa bíblica explica a queda do homem, como saída do princípio da neutralidade que incentiva a dúvida acerca da autoridade absoluta de Deus. Deve-se recordar que Deus claramente ordenou a Adão e Eva que não comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:16-17; 3:3). Todavia, Satanás veio a eles com a tentação de duvidar de Deus por meio da suposição de uma posição neutra acerca do mandato de Deus: “foi assim que Deus disse?” (Gn 3:1b).

                Satanás tentou Eva ao abordá-la com a pergunta de comer da árvore proibida de uma maneira neutra e sem tendências. Ele sugeriu que ela devia permanecer neutra para poder decidir quem estava certo, Deus ou Satanás. Ela não aceitou a palavra de Deus como autoridade final ou conclusiva, senão que como uma verdadeira neutralidade, determinou por si que opção escolher (Gn 3:4-6). Tal “neutralidade” é perigosa como expressa Robert South (1634-1716): “aquele que peleja com o diabo com suas próprias armas, não deve surpreender-se se for a si mesmo excedido.”

                Paulo relaciona esta histórica tentação de Eva a nossos fracassos espirituais em nossa devoção a Cristo: “mas, temo que como a serpente com sua astúcia enganou Eva, suas mentes sejam de alguma maneira extraviadas da devoção pura e singela a Cristo” (2 Co 11:3). Em outra lugar, escreve acerca do desejo de neutralidade de Eva como um fracasso ocasionado pelo “engano” satânico (1 Tm 2:14). Como manifestou Edwin Hubbell Chapin (1814-1880): “os homens neutros são aliados do diabo.” Você deve se recordar que o diabo se apresenta como um “anjo de luz” (2 Co 11:14).

                Você não deve construir a sua defesa no princípio que levou à queda da humanidade. Essa maneira de abordá-lo não somente fracassou, senão que trouxe o pecado, a morte, a destruição e o desespero ao mundo.

Como Van Til se esforçou por ensinar ao longo de sua carreira ..., simplesmente não existe uma pressuposição livre e uma forma neutra para abordar o raciocínio, especialmente acerca do fundamento e o filosófico de temas transcendentais da existência e a revelação de Deus. Formular provas para Deus que assumam outra coisa, não somente é néscio e fútil, de uma perspectiva filosófica, como também é infidelidade ao Senhor. O raciocínio é um dom dado por Deus ao homem, mas não lhe concede uma autoridade independente. O conceito cristão de Deus recebe-o como a autoridade mais alta e absoluta, ainda sobre o raciocínio do homem: tal Deus não pode ser provado existir por outros padrões como a mais alta autoridade no raciocínio de alguém. Isso seria assumir o contrário ao que está buscando provar.[15]

      Vivemos numa cultura que por muito tempo esteve saturada com as exigências da autonomia intelectual e a exigência da neutralidade nos estudos minuciosos e importantes, que esta perspectiva ímpia (de neutralidade) foi arraigada em nós: como a “música das esferas” é tão constante e nós estamos tão acostumados a ela que falhamos em discerni-la. É um preço comum e simplesmente isso esperamos.[16]

Assim, o ponto chave é este: a apologética cristã não deve e não pode ser neutra. Operar a partir da oposição da neutralidade é render antecipadamente a fé cristã, antes de qualquer argumentação se leve a cabo. Devemos evitar o mito da neutralidade e não adotá-la.

                Um programa acadêmico carregado e um programa social na universidade podem facilmente levar o cristão para longe da Palavra de Deus. Mas recorde: a Bíblia chama a todos os crentes para a tarefa apologética. Você não pode defender a Deus e a Sua Palavra se não está santificado (separado) para Ele por meio do contato com a Sua Palavra. Muitos estudantes cristãos se afastam da fé na universidade porque não foram preparados para as batalhas espirituais e apologéticas que lá enfrentariam. O Dr. Gary North escreveu um artigo propondo uma universidade cristã. O artigo mostrava a um pai abatido que enviou o seu filho para uma universidade secular. Este declarava: “gastei $ 40.000 dólares para enviar o meu filho para o inferno.”

                Aprender a contar não é mais importante que saber que é o que realmente conta. Os cristãos devem manter-se diante do Senhor, lendo as Escrituras e em oração. Infelizmente, como observa Charles Colson: “a nossa organização educadora busca instilar uma paixão pela curiosidade e abertura intelectual, mas somente permite a existência de uma busca sem valor da verdade.”[17] Enquanto estiverem na universidade os cristãos não devem ser esponjas passivas simplesmente absorvendo o material, pelo contrário, devem ser filtros ativos discernindo os temas através de uma tela bíblica.

                É indispensável pensar biblicamente, pois o raciocinar como cristãos de modo “principal” (ou seja, baseado em princípios), pensar os pensamentos de Deus depois dEle, em lugar de colocar de lado os pensamentos de Deus como o pede o princípio da neutralidade. A Palavra de Deus deve ser o fundamento em todo o pensamento e vida, porque nós fomos “comprados por preço” (1 Co 6:20; 7:23), e somos “povo adquirido por Deus” (1 Pe 2:9).

                Busca discernir os motivos e princípios subjacentes do professor. A apologética bíblica está elaborada para ensinar aos cristãos a pensar como cristãos, não como observadores neutros. Nenhuma área da vida é neutra, por isso que a sua vida intelectual deve ser rendida à autoridade de Cristo. Uma apologética verdadeiramente bíblica que representa a soberania do Criador em todas as coisas requer que se submeta a toda de autoridade de Cristo de qualquer ponto de partida. Em 1 Co 10:31 declara que quer comamos ou bebamos devemos fazê-lo para a glória de Deus. (Cl 3:17; 1 Pe 4:11).

                Além disso, a Bíblia ensina que cada cristão deve ser capaz de lidar com todo problema em qualquer tempo. Deus espera que você enfrente qualquer forma de oposição à fé cristã. Os escritores do Novo Testamento desafiam a sua audiência original – e a você – a serem defensores da fé. No versículo que serve de pedra angular para a apologética cristã, Pedro ordena: “santifica a Cristo como Senhor em teu coração, sempre estando preparado para apresentar defesa diante todo o que exigir a razão da esperança que há em ti, com mansidão e respeito” (1 Pe 3:15; veja também J 3). Observe que aos cristãos como tais (não somente os de mente filosófica entre nós) é ordenado que respondam “sempre a todo homem”. Infelizmente, poucos são os estudantes evangélicos que aprendem isto em suas igrejas locais. O crente deve aprender a apologética para o seu próprio bem espiritual, assim como para converter-se num agente de reforma para os cristãos não treinados.

                Tudo isto está retratado de maneira eficaz para nós em Dt 6: “e os ensinarás {os mandamentos de Deus} diligentemente a teus filhos e lhes falarás destes quando te assentares em tua casa, quando andares pelo caminho, e quando te deitares e quando te levantares. E os atarás como um sinal em tua mão e estarão como frontais entre os teus olhos. E os escreverás nos umbrais de tua casa e em tuas portas.” (Dt 6:7-9). Isto nos fala da palavra-lei de Deus guiando os nossos labores diários (governando a nossa “mão”), nossos processos de pensamentos (governando a nossa “cabeça”) e nosso modo de viver neste mundo pra Ele ao deitar, levantar, sentar ou em todo o nosso caminhar.

2. OBSERVAÇÕES EXEGÉTICAS

                Preste atenção de como as seguintes passagens bíblicas impactam o nosso método apologético. Temos um grande otimismo de que este erudito melhorará o nosso entendimento destes textos da Escritura, subtraindo o método apologético bíblico e algumas observações exegéticas adicionais. O apologista cristão deve conhecer a Palavra de Deus para funcionar corretamente.

MARCOS 12:30

                O texto de Mc 12:30 diz: “e amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma e com toda a tua mente e com todas as tuas forças.” Esta declaração é retirada de Dt 6:5, imediatamente após Moisés declarar que “o Senhor é um” (Dt 6:4). Israel é recordado que somente existe um Deus, a diferença de muitos “deuses” que competiam no mundo pagão antigo ao seu redor.[18] Pelo fato de existir somente um Deus (quem criou e controla todas as coisas), há um sistema verdadeiro, no lugar de sistemas de explicação que competem entre si. No mundo antigo tinha um deus para o sol, outro para a fertilidade, e para cada elemento ou necessidade. Como consequência, a sua cosmovisão estava fragmentada e o seu conhecimento carecia de coerência.[19]

                Devemos notar que Cristo enfatiza o Seu chamado para amar a Deus em todas as coisas. Ele não disse simplesmente: “amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, alma, mente e forças.” Pelo contrário, Ele enfatizou que a totalidade de nosso amor a Deus ao repetir “todo” ante cada substantivo: “e amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com todas as tuas forças.” Estas repetidas ênfases fortalecem o Seu chamado a obedecermos amorosamente a Deus em todas as coisas. Está claro que nossa preocupação principal na apologética é no chamado a amar a Deus com “toda a nossa mente”. Nenhuma neutralidade é inerente a este mandato de Cristo.

1 PEDRO 3:15

                Encontramos o texto clássico da apologética em 1 Pe 3:15: “santifiquem a Cristo como Senhor em seus corações, sempre estando preparados para apresentar defesa diante todos que exigirem razão da esperança que há em vocês, com mansidão e esperança.” Este texto se opõe claramente ao princípio da neutralidade.

                Observe que Pedro manda que “santifiquem a Cristo como Senhor em seus corações” para poderem defender a fé. “Santificar” significa “apartar, separar, distinguir”. Um apologista verdadeiramente bíblico não separa a Cristo de nossos corações, mas separa a Cristo em nossos corações.  De fato, separa a Cristo como Senhor, ou mestre. Paulo coloca assim, Cristo deve “ter em tudo proeminência” (Cl 1:18). O seu ponto de partida ao raciocinar com um incrédulo deve ser Cristo.

Você não deve perder o ponto específico de Pedro: Ele te chama para separar a Cristo no mesmo processo de defender a fé. O seu ponto principal é chama-lo para “fazer uma defesa” e “dar razão” de sua esperança em Cristo. A apologética não é um tema isolado aqui, é o ponto central. Outra vez, ele aclara o ponto instando a que separem a Cristo em seus corações – no mais profundo do seu ser.

Estes são tão somente dois exemplos da Palavra de Deus, existem muitos outros para se estudar. Mas o fato é que a Bíblia apresenta uma perspectiva teológica e uma cosmovisão prática, a qual, claramente nega que a neutralidade exista no homem caído e em sua forma de pensar. A Bíblia exige que os cristãos reconheçam que a neutralidade é um mito e que a resistam.

3. PERGUNTAS PARA DEBATE

                Tente responder as seguintes perguntas por si mesmo antes de ver o texto, ou consultar a RESPOSTAS CHAVES.

  1. O que é “apologética”? Defina o termo e explique a etimologia da palavra “apologética”.
  2. Qual é o ponto central do primeiro capítulo?
  3. Como é que o princípio da evolução (mesmo separado das declarações científicas/biológicas da teoria da evolução) se opõe à fé cristã?
  4. O que é “desconstrucionismo”? Onde surgiu esta filosofia? Como é que ela está em conflito com os princípios básicos da fé cristã?
  5. Liste algumas passagens da Escritura que afirmam a certeza e a autoridade da Palavra de Deus.
  6. Como é que a cosmovisão dos professores incrédulos das universidades confrontam sutilmente a sua fé, ainda que o professor não esteja diretamente atacando o cristianismo?
  7. Qual é o significado de “mito da neutralidade”?
  8. Quais declarações de Cristo descartam a possibilidade de neutralidade?
  9. Onde nas Escrituras se vê pela primeira vez uma tentativa de neutralidade com respeito a Deus e Sua Palavra?
  10. É a tentativa de neutralidade um tema simplesmente metodológico ou também é moral? Explique.

4. APLICAÇÃO PRÁTICA

                Agora quais são algumas coisas práticas que você pode fazer para reforçar o que aprendeu? Como você pode promover este método apologético entre os seus amigos cristãos?

  1. Recorde-se com frequência a natureza da guerra espiritual. Para poder se preparar para as suas aulas na universidade, ao iniciar cada semestre você deve voltar a ler as passagens bíblicas que demonstram o antagonismo ativo do mundo incrédulo contra a sua fé cristã. Você não deve esquecer que a natureza do incrédulo desafia a abrangência da sua fé.
  2. Desenvolva uma vida devocional que reforce o seu chamado para a apologética. Faça uma lista de passagens bíblicas usadas neste estudo e leia-os em seus devocionais.
  3. Busque diligentemente avaliar de uma perspectiva de princípios cristãos cada coisa que lhe ensinam. A cada dia após as aulas anote comentários acerca das contradições com a fé cristã que tenha encontrado. Mantenha-as numa caderneta. Anotar frases é o melhor segredo para uma boa memória. Reflita sobre as respostas bíblicas que podem ser dadas a estas supostas contradições.
  4. Crie pequenos grupos de estudo bíblico para prestar contas com outros estudantes cristãos do campus. Parte do processo de defender a fé envolve o promover esta defesa entre outros crentes. Como um cristão em comunhão com outros cristãos, você deve instar aos outros crentes que relatem de sua obrigação espiritual de defender a fé diante o mundo incrédulo.
  5. Busque algum ministério cristão no campus que esteja ferrenhamente comprometido com a Bíblia e que estejam desenvolvendo uma vida cristã. Assista as suas reuniões e envolva-se em seus ministérios.[20]
  6. Encontre uma boa igreja próximo da sua universidade. Comprometa-se em participar regularmente das reuniões da igreja. Como cristãos não devemos “deixar de congregar-nos, como alguns costumam fazer, pelo contrário, incentivemos-nos” (Hb 10:25).
  7. Quando for possível use as participações da aula para apresentar a perspectiva cristã dos temas. Recomendamos que evite os trabalhos do tipo de testemunhos de mente fechada. No lugar disso, você deveria desenvolver temas orientados pela comovisão que trabalha na imagem de princípios cristãos básicos. Testemunhos bem diretos poderiam afrontar o professor e aparentar ser um desafio para ele. Mas trabalhar em teus princípios bíblicos pode alerta-lo às implicações filosóficas do cristianismo e com certeza o ajudariam a encarnar o seu próprio pensamento. Você deve “aproveitar bem o seu tempo” enquanto está na universidade (Ef 5:16).

Enquanto estiver matriculado na universidade você estará num ambiente educacional de tempo integral. Portanto, você está procurando ser educado. O Dr. Van Til ensina que se a educação deve ser prática, então deve modelar o desenvolvimento da mente do estudante para que seja posto na melhor relação possível com o seu meio ambiente. Depois ele explica que o meio ambiente fundamental é o próprio Deus, porque “nele vivemos e nos movemos e existimos” (At 17:28; Jó 12:10; Sl 139:7-17; Dn 5:23). É uma realidade que não encontrará professores consentindo com trabalhos que promovam a fé cristã, mas você deve buscar as oportunidades – quando for possível.

  1. Como cristão integral buscando glorificar a Cristo, você deve focalizar os seus estudos acadêmicos de uma forma madura e diligente. Você está tanto pagando uma grande quantia em dinheiro pela educação universitária, como gastando o tempo que Deus deu a você na universidade, então, tire o melhor proveito a teu favor. Não tome atalhos em seus estudos, ou simplesmente trate de “cumpri-las”. O chamado de Cristo para você é a excelência. Alguns estudantes são por natureza fracos, outros sofrem de inércia voluntária. Não permita que a sua experiência educacional seja marcada pela preguiça intelectual. Essa preguiça é deslealdade com Cristo.

A maioria das universidades é de artes liberais que pressupõe oferecer uma educação integral – mesmo quando você for obrigado a tomar um curso como requisito que você não se agrade. Como G.K. Chesterton (1874-1936) meditou: “a educação é o período durante o qual você é instruído por alguém que não conhece, acerca de algo que não quer saber.” Também lembre que este curso afetará o seu desenvolvimento geral, portanto, impactará o seu testemunho como testemunho cristão. Além do mais, descobrirá para sua surpresa, que o conhecimento obtido ainda nesse curso lhe será útil.

                Os seguintes comentários anônimos deveriam provocar risos pela loucura exposta neles, e não resumir a sua ênfase na educação:

  1. “A universidade é uma fonte de conhecimento onde alguns estudantes vem para beber, outros para absorver, mas a maioria vem para fazer gargarejo.”
  2. “Todos os estudantes universitários perseguem os seus estudos, mas alguns vão mais atrás do que outros.”
  3. “Alguns estudantes ocupam-se das artes na universidade, outros se ocupam das ciências, enquanto que outros apenas ocupam espaço.”

Greg L. Bahnsen, Preparate para la buena batalla (Powder Springs, American Vision, Inc., 2013), pp. 5-22.

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Traduzido em 27 de Outubro de 2014.

Rev. Ewerton B. Tokashiki

Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho

Professor de Teologia Sistemática no SPBC-Ji-Paraná – RO.

 


[1][1] Gary DeMar, A história cristã dos Estados Unidos (Powder Springs, GA: American Vision, 1995); Gary DeMar, A herança cristã dos Estados Unidos (Nashville, TN: Broadman and Holman, 2003); David J. Brewer, Os Estados Unidos: uma nação cristã (Powder Springs, GA: American Vision, 1996); Charles B. Galloway, O cristianismo e a comunidade americana: a influência do cristianismo na formação desta nação (Powder Springs, GA: American Vision, 2005).

[2] De acordo com pesquisas recentes de Gallup, aproximadamente 82% de americanos afirmam ser cristãos. www.gallup.com/poll/11089/look-americans-religion-today.aspx acessado em 31 de Maio de 2013.

[3] De acordo com a Enciclopédia Merriam Webster’s Collegiate: O Iluminismo foi “o movimento intelectual europeu dos séculos 17 e 18, cujas ideias acerca de Deus, a razão, a natureza e o homem foram mescladas numa cosmovisão que inspirou os desenvolvimentos revolucionários na arte, filosofia e na política. Algo importante no pensamento do Iluminismo era o uso e da celebração da razão. Para os pensadores do Iluminismo, a autoridade recebida, fora da ciência e da religião, era para ser sujeita a investigação pelas mentes sem restrições.” Ênfase acrescida pelo autor.

[4] Equivalente à presidência do Supremo Tribunal Federal.

[5] O relativismo ensina que o conhecimento, a verdade e a moralidade não são absolutos. Entretanto, variam de uma cultura a outra, ou de uma pessoa para outra. Isto se deve ao limitado estado da mente, pois não podem haver absolutos que deem um estabelecido significado, ou valor a qualquer pensamento, ou ato humano. 

[6] O nihilismo ensina que o mundo e o homem estão completos sem significado ou propósito. Que o mundo e o homem são absolutamente insensatos e incompetentes acerca de que não existe a verdade compreensível. A palavra “nihilismo” deriva do latim nihil, que significa “nada”.

[7] Veja os seguintes artigos na Revista da Sociedade Evangélica Teológica 48:1 (Março 2005): Andreas J. Kösterberger, “’O que é a verdade?’ A pergunta de Pilatos no evangelho de João e seu maior contexto bíblico”; R. Albert Mohler, “O que é a verdade? A verdade e a cultura contemporânea”; “A verdade, a filosofia contemporânea e o eixo pós-moderno”; Kevin J. Vanhoozer, “Interpretação perdida? A verdade, as Escrituras e a hermenêutica.”

[8] “O que os pais podem fazer quando os universitários perdem a fé” – O Periódico Christian Post (18 de Dezembro de 2005): http/www.christianpost.com/news/what-parents-can-do-when-college-students-lose-faith-13889/

consultado em 31 de Maio de 2013.

[9] Subliminar deriva de duas palavras em latim: sub (abaixo) e limmen (umbral). Refere-se aquilo que está debaixo do umbral da consciência, o que está fora da percepção consciente. Os publicitários descobriram que as pessoas recorrem de maneira inconsciente e são influenciados por fragmentos da informação, por debaixo dos limites normais da percepção. Afirmam alguns publicitários que colocam de relance os seus produtos em alguma parte do filme para sugerir inconscientemente ao expectador e instá-lo a comprar o produto. 

[10] A Geração X consiste naqueles cuja adolescência ocorreu nos anos 80, ou seja, aqueles que nasceram nos anos 60 e 70. O termo foi popularizado pela novela de Douglas Coupland Geração X: Histórias para uma Cultura Acelerada. No uso de Copland, a X se refere à dificuldade de definir uma geração cuja única crença que lhe unificava era a rejeição de crenças de seus pais chamada de Baby Boomers. Ainda que não fosse o primeiro grupo de americanos que cresceram com a televisão, a geração X foi o primeiro grupo que não conhecia a vida sem ela.

[11] Greg L. Bahnsen, Sempre preparados: instruções para defender a fé (Nacogdoches, TX: Covenant Media Publications, 1996), p. 3.

[12] Cornelius Van Til (1895-1987) escreveu acerca da apologética, filosofia, ética e teologia. Para uma bibliografia completa veja Greg L. Bahnsen, A apologética de Van Til: Leitura e Análise (Phillipsburg, NJ: Presbyterian & Reformed, 1998), pp. 735-740.

[13] A Antítese está baseada em duas palavras gregas: anti (contra) e tithenai (estabelecer ou por). A “antítese” fala da oposição ou de um contraponto. Como cristãos devemos reconhecer o desacordo fundamental entre o pensamento bíblico e todas as formas de incredulidade no nível fundacional de nossa teoria do saber e do conhecimento. Veja o Capítulo 6 para uma discussão acerca da noção bíblica da antítese.

[14] Bahnsen, Sempre preparados, p. 23.

[15] Bahnsen, A apologética de Van Til, p. 614.

[16] Bahnsen, Sempre preparados, p. 31.

[17] Charles Colson, Contra a noite: vivendo na Era da Nova Obscuridade (Ann Arbor, MI: Vine Books, 1989), p. 85.

[18] Por exemplo, as dez pragas de Deus no Egito foram dirigidas aos assim chamados “deuses” do Egito (Êx 12:12; 18:11; Nm 33:34).

[19] Francis A. Schaeffer, Como viveremos? (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2003).

[20] A ABU está em várias faculdades oferecendo suporte para estudantes. A proposta é evangelizar, oferecer suporte aos estudantes em suas crises pessoais durante o período acadêmico e prover literatura cristã acadêmica pela ABUB Editora. Nota do tradutor.



Sobre o autor: Greg Bahnsen

Gregory Lyle Bahnsen (17 de setembro de 1948 – 11 de dezembro de 1995), mas conhecido como Greg Bahnsen, foi um filósofo e apologista calvinista influente. Foi ordenado ministro na Igreja Presbiteriana Ortodoxa e pesquisador residente na Southern California Center for Christian Studies.

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Tag: Apologética

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Última atualização: 09/08/2021 6:45:00



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