Normas de Deus para o Casamento

Por: Evanderson H. Cunha

A sociedade moderna exalta a liberdade sem limites, sem normas, como sendo a fonte de todo prazer e alegria de viver. Se é que existe alguma norma a ser seguida, segundo a filosofia mundana, cada um estabelece as suas próprias normas.

O casamento, a base da família, sofre uma descaracterização por causa do afrouxamento dos limites e da falta de observância de normas essenciais.

Moisés escreveu o livro de Gênesis com o propósito de registrar os atos criadores de Deus e revela que ao criar todas as coisas, Deus estabeleceu normas para o seu funcionamento. Em Gênesis 2, vemos o registro da criação do homem e posteriormente da mulher conforme registrado nos versículos 18 a 25. Neste texto pode-se verificar o estabelecimento do casamento e as normas para este casamento.

Falar sobre as normas de Deus para o casamento é de extrema relevância nos dias em que estão destruindo as normas e consequentemente o casamento e a família. Sendo assim, o presente texto tem o propósito de refletir no fato de que ao criar o homem e a mulher Deus instituiu o casamento e consequentemente estabeleceu algumas normas para o seu funcionamento.

Em primeiro lugar, verifica-se que ao instituir o casamento Deus estabeleceu a norma da companhia (Gênesis 2:18-20). Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (v.18). Até o momento o homem estava só, não no sentido de ser o único ser vivo, mas no sentido de ser o único ser humano. Adão não estava só, pois havia a presença dos animais aos quais deu nomes. Mas Adão estava só pois não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea, ou seja, uma companhia adequada.  Os animais eram companhia mas não eram “adequados”. Os animais eram companhias mas não compartilhavam com o homem os mais altos ideais inseridos por Deus em seu coração ao fazê-lo à sua imagem e semelhança.

Ao criar a mulher Deus a conduz ao homem e os une em casamento estabelecendo a norma da companhia.

Eclesiastes 4:9-12, embora não seja um texto que esteja falando a respeito de casamento, é, contudo, uma expressão importante a respeito do princípio da companhia: “Melhor é serem dois do que um, porque tem melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.”

O casamento deve obedecer a norma da companhia. Se no casamento (na família) as pessoas se sentem só, esta norma está sendo desconsiderada. O casamento, que é a base da família, deve ser um lugar de relacionamentos saudáveis. O casamento deve ser um lugar de compartilhamento profundo entre pessoas portadoras da imagem e semelhança de Deus.

Em segundo lugar, verifica-se que ao instituir o casamento Deus estabeleceu a norma da heterossexualidade (Gênesis 2:21-23). Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.”

O homem foi anestesiado para uma cirurgia, na qual Deus retirou uma costela. O homem já havia sido criado quando Deus criou a mulher e pelo mesmo poder pelo qual Deus criou o homem do pó da terra, Deus criou a mulher da costela do homem.

Deus criou a mulher com a intenção definida de trazê-la ao homem como sua esposa. Ao trazer a mulher ao homem Deus a entregou na instituição do casamento, a base da família.

Ao criar a mulher, Deus criou outro ser igual.  Ao vê-la Adão finalmente percebeu que esta era compatível com ele: “esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Porém, apesar de igual, da mesma natureza, Adão percebeu que a mulher era um ser heteros, diferente: “chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”. Deus instituiu o casamento com a identidade heterossexual. O casamento foi criado por Deus, o qual intencionalmente uniu o homem e a mulher, seres idênticos, porém, opostos. Ao criar a mulher, Deus estabeleceu a norma da heterossexualidade para o casamento.

Em Romanos 1:21,26,27 Paulo diz: “…porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças… Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.”

Paulo se referiu às relações homossexuais como sendo contrária à natureza da criação de Deus. No projeto de Deus não existe o casamento homossexual. Deus projetou o casamento para ser heterossexual, isto é claro na natureza biológica do homem e da mulher.

A insistência pela união de pessoas do mesmo sexo é expressão da rebeldia pecaminosa do ser humano contra Deus. Esta é uma postura anti-Deus, anti-natural, contrária a anatomia e biologia do corpo humano.

Ame seu marido, ame sua esposa e desfrute da bênção da distinção que há entre vocês. Protejam seus filhos da ditadura homossexual que cada vez mais está sendo instalada na sociedade em geral. Não é cristão odiar uma pessoa por ser homossexual, mas é necessário ter uma postura consciente a respeito do projeto de Deus para o casamento.

Em terceiro lugar, verifica-se que ao instituir o casamento Deus estabeleceu a norma da exclusividade (Gênesis 2:24). Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Deus criou o homem e a mulher, para que, como casal, vivam em um relacionamento exclusivo. Ao deixar pai e mãe acontece a quebra do vínculo de dependência dos pais. Ao unir-se à sua mulher cria um novo vínculo de dependência, agora entre o marido e a mulher. Ao tornarem-se os dois uma só carne, forma-se a unidade do casamento. Tornar-se uma só carne tem o sentido de formar uma unidade, física, espiritual, emocional.

Em sua primeira carta aos Coríntios no capítulo 7 versículos de 2 a 5, Paulo diz: “…por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido. O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A  mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher. Não vos priveis um ao outro…”

Ao criar a mulher e trazê-la ao homem, Deus estabeleceu a norma da exclusividade no casamento. No casamento não há espaço para a poligamia, ou seja, a união de mais de 2 pessoas.  No casamento não há espaço para a infidelidade conjugal, quando uma das partes quebra a unidade inserindo outra pessoa num ato de traição. No casamento não há espaço para a inclusão pois Deus estabeleceu a norma da exclusividade.

A exclusividade diz respeito a união dos dois e não à individualização de cada um. Para que o casal preserve a exclusividade no casamento é necessário que haja união sexual, companheirismo, confiança, confidência. Quando deixa de existir estes elementos, a exclusividade dos dois passa a ser a exclusividade de cada um e as portas se abrem para a infidelidade, o adultério, a destruição do casamento. Cuide da exclusividade do seu casamento de forma positiva.

Concluindo, viva seu casamento segundo as normas estabelecidas por Deus. Ensine essas normas aos seus filhos. Ore para que Deus conceda a seus filhos casarem-se para desfrutarem de uma relação segundo as normas de Deus.



Sobre o autor: Evanderson H. Cunha

- Bacharel em Teologia pelo Seminário JMC

- Bacharel em Teologia pela FACETEN – Reconhecido pelo MEC

- Mestre em Aconselhamento Bíblico pelo CPAJ

- Doutor em Ministério pelo CPAJ

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Tag: Teologia Pastoral

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Última atualização: 25/03/2022 6:48:00



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