O reigrejar do Pentecostes
Por: Gordon J. Spykman
Com o derramamento do Espírito, o qahal, o povo de Deus consolidado no Antigo Testamento, chegou a ser a ekklesia, o corpo de crentes constituído pelos “chamados de fora” no Novo Testamento. Esta transição histórica, redentora, reflete tanto a continuidade como descontinuidade com o passado.
No Pentecostes a igreja não nasceu, senão que renasceu. Teve lugar à atualização. A humanidade renovada estava amadurecendo. Todavia, a história da igreja como povo de Deus retrocede ao passado, ao começo, ao chamado daquela primeira comunidade humana de “passear com Deus na viração do dia”, e de ser seus mordomos no meio da criação. Como resultado da queda, como imagem de Deus nos “desigrejamos”. Então Deus interveio com a sua graça para “reigrejar” a humanidade caída por meio da linhagem dos crentes Sete, Enoque, e Noé.Com o chamado de Abraão começou a existir a fase da igreja do Antigo Testamento, como um povo escolhido para preparar o cominho do Messias que viria. Por isso, Israel é a oliveira original de Deus. Mesmo que algumas de suas ramas tenham se perdido, a raiz ainda vive. Nessa raiz recebe a vida (Rm 11:17-21).
Com o Pentecostes os gentios compartilham das riquezas do “bem comum de Israel”. Porque Cristo derrubou “o muro da separação da inimizade” entre judeus e gentios, criando assim “uma nova humanidade no lugar de duas”. Agora, todos têm “acesso no Espírito ao Pai, e são “membros da família de Deus”, um “templo santo no Senhor”. Esta grande reunião se baseia em fundamentos lançados no testemunho conjunto dos apóstolos e dos profetas (Ef 2:11-22). Por isso, Estevão podia falar da presença de Cristo “na igreja no deserto” (At 7:38). Esta igreja do deserto bebeu da “Rocha espiritual... e a Rocha era Cristo” (1 Co 10:4).
Extraído de Gordon J. Spykman, Teologia Reformacional - un nuevo paradigma para hacer la dogmática (Jenison, TELL, 1994), p. 468
Traduzido por Rev Ewerton B Tokashiki
Sobre o autor: Gordon J. Spykman
Gordon J. Spykman (março de 1926 a julho de 1993) foi professor emérito de religião e teologia no Calvin College. Ele ensinou no Calvin College de 1959 por 32 anos e foi um ministro reformado cristão (Blenheim, ON, 1955-59). Ele se formou com um AB no Calvin College em 1949, obteve um ThB no Calvin Theological Seminary e concorreu com um ThD na Free University (1955). Sua dissertação foi publicada como Attrition and Contrition no Council of Trent , e foi supervisionada por GC Berkouwer.