Confissão de Fé de Westminster: Introdução Geral e História da Confissão

Por: Daniel L. Petersen

Classe Catecúmenos – Professores: Diác. Daniel, Igor, Diác. Ivan e Diác. Jonathan

Introdução à Confissão de Fé de Westminster

Parte 1 - Introdução

O que é uma confissão de fé?

Em resumo, uma confissão de fé é uma declaração sistematizada das doutrinas fundamentais da Bíblia. Sendo assim, ela não substitui as Escrituras, mas tem um propósito de servir como um guia para a interpretação coerente da Palavra de Deus, ajudando a igreja a manter-se firme na verdade. Os crentes reformados entendem que a Bíblia é a autoridade máxima, mas reconhecem que uma confissão bem estruturada é essencial para evitar interpretações erradas ou subjetivas da fé cristã.

A importância das confissões de fé se torna evidente quando olhamos para a história da igreja. Ao longo dos séculos, muitos grupos cristãos se desviaram da sã doutrina devido à falta de clareza e unidade em seus ensinamentos. Ter uma confissão de fé bem definida ajuda a igreja a permanecer firme contra heresias, modismos teológicos e interpretações equivocadas das Escrituras.

Desde os tempos da igreja mais primitiva, os cristãos têm utilizado credos e confissões para expressar e preservar a fé. Mas afinal, o que é uma confissão de fé? Qual a sua importância para a vida cristã? E por que igrejas reformadas, especialmente as Presbiterianas, adotam uma confissão como padrão doutrinário?

A Confissão de Fé de Westminster, elaborada no século XVII, é uma das mais importantes declarações doutrinárias da tradição reformada. Ela sintetiza a teologia calvinista e estabelece um padrão doutrinário sólido para Igrejas Presbiterianas ao redor do mundo. Mas o que levou à necessidade dessa confissão? Para entendermos isso, é preciso olhar para o seu contexto histórico e os motivos que levaram à sua formulação.

Nos próximos tópicos, exploraremos o cenário político e religioso da época, os objetivos dos teólogos que elaboraram a Confissão e por que, até hoje, ela continua sendo um documento essencial para a fé reformada.

2. Breve Histórico da Confissão de Fé de Westminster

A Confissão de Fé de Westminster foi escrita entre 1643 e 1648, durante a Assembleia de Westminster, realizada na Inglaterra. Esse foi um período de grande instabilidade política e religiosa, marcado por conflitos entre o rei e o Parlamento, além de disputas entre anglicanos, puritanos e outros grupos cristãos. Para entender a importância dessa confissão, precisamos examinar o contexto em que ela surgiu.

2.1. O Contexto Político e Religioso

No século XVII, a Inglaterra estava em meio a uma crise profunda. O rei Carlos I defendia uma igreja anglicana com forte influência católica, enquanto o Parlamento, dominado pelos puritanos, desejava uma reforma mais profunda na igreja, tornando-a mais próxima das doutrinas bíblicas. Esse conflito culminou na Guerra Civil Inglesa (1642-1651), onde os puritanos e os apoiadores do Parlamento lutaram contra as forças do rei.

Nesse cenário, o Parlamento convocou a Assembleia de Westminster em 1643, reunindo teólogos, pastores e estudiosos reformados para estabelecer um padrão doutrinário unificado para a igreja na Inglaterra, Escócia e Irlanda. O objetivo era criar uma base teológica sólida para reformar a igreja nacional e afastá-la das influências católicas remanescentes no anglicanismo.

2.2. A Assembleia de Westminster

A Assembleia de Westminster foi composta por cerca de 120 teólogos, além de parlamentares e representantes da Igreja da Escócia. A maioria dos participantes era de orientação puritana e calvinista, com forte influência da tradição reformada.

Os trabalhos da Assembleia duraram cinco anos, resultando na Confissão de Fé de Westminster, no Catecismo Maior e no Breve Catecismo. Esses documentos foram adotados oficialmente pela Igreja da Escócia e influenciaram profundamente igrejas reformadas ao redor do mundo, incluindo o presbiterianismo.

2.3. O Propósito da Confissão

A Confissão de Westminster foi escrita para:

  1. Unificar a fé reformada na Inglaterra, Escócia e Irlanda.
  2. Estabelecer um padrão doutrinário sólido, baseado nas Escrituras.
  3. Rejeitar práticas e doutrinas católicas, como a transubstanciação e a supremacia papal.
  4. Defender a teologia reformada contra ensinos errôneos dentro do anglicanismo.
  5. Prover um guia para a fé cristã, que pudesse ser utilizado para ensino, pregação e defesa da verdade bíblica.

2.4. A Influência da Confissão de Fé de Westminster

Embora tenha sido elaborada na Inglaterra, a Confissão de Westminster teve um impacto maior na Escócia, onde foi adotada oficialmente pela Igreja Presbiteriana. Ao longo dos séculos, essa confissão se tornou a principal referência doutrinária das igrejas reformadas ao redor do mundo, incluindo o Presbiterianismo no Brasil, que a utiliza até hoje como sua base teológica.

Nos próximos tópicos, veremos quais foram os principais motivos para a formulação da Confissão e por que ela continua sendo essencial para a fé reformada.

3. Motivos para a Formulação da Confissão de Fé de Westminster

Como vimos, a Confissão de Fé de Westminster não surgiu por acaso. Sua formulação foi impulsionada por diversos fatores teológicos, políticos e eclesiásticos. O século XVII foi um período de grandes mudanças na Europa, e as igrejas na Inglaterra, Escócia e Irlanda enfrentavam desafios significativos. Diante disso, teólogos reformados perceberam a necessidade de estabelecer um padrão doutrinário sólido para guiar a fé e a prática dos cristãos.

3.1. A Necessidade de Unificação Doutrinária

A Igreja da Inglaterra (anglicana) ainda mantinha muitos elementos herdados do catolicismo romano, o que gerava conflitos internos. Diferentes grupos dentro da igreja defendiam posições teológicas diversas:

 

  • Anglicanos tradicionalistas desejavam manter a estrutura hierárquica com bispos e muitas práticas herdadas do catolicismo.
  • Puritanos defendiam uma reforma mais profunda, aproximando a igreja da teologia calvinista.
  • Presbiterianos escoceses já haviam adotado um modelo de governo e doutrina reformados, mas precisavam de um documento oficial para fortalecer sua posição.

A Confissão de Westminster foi uma resposta a essa necessidade de padronizar suas doutrinas, proporcionando um guia claro para a fé cristã.

3.2. A Crise na Igreja e a Influência da Reforma Protestante

Desde a Reforma Protestante do século XVI, igrejas reformadas adotaram confissões para expressar sua fé de forma clara. Exemplos disso são:

  • Confissão Belga (1561) – usada pelas igrejas reformadas nos Países Baixos.
  • Confissão de Augsburgo (1530) – adotada por luteranos na Alemanha.
  • Catecismo de Heidelberg (1563) – influente no mundo reformado.

A Confissão de Westminster seguiu essa tradição, mas com uma abordagem mais detalhada e sistemática da teologia reformada.

3.3. Proteção Contra Heresias e Ensinos Errôneos

A igreja sempre enfrentou desafios teológicos, e no século XVII não foi diferente. Havia um crescimento de movimentos teológicos que iam contra a doutrina reformada, como:

  • Arminianismo, que negava a eleição incondicional e a soberania absoluta de Deus na salvação.
  • Catolicismo romano, que tentava reafirmar a supremacia do Papa e doutrinas como a transubstanciação.
  • Grupos sectários, que promoviam interpretações extremas das Escrituras sem base doutrinária sólida.

A Confissão de Westminster serviu para estabelecer uma defesa clara da fé reformada contra esses erros, reafirmando a soberania de Deus, a suficiência das Escrituras e a justificação somente pela graça.

3.4. A Formação de um Padrão para Ensino e Pregação

Uma das funções mais importantes de uma confissão de fé é fornecer um guia confiável para o ensino bíblico. Com a Reforma, o acesso à Bíblia foi ampliado, mas muitos pregadores careciam de formação teológica estruturada. A Confissão de Westminster serviu como:

  • Um manual para pastores ensinarem a sã doutrina.
  • Uma base para catequese e discipulado nas igrejas reformadas.
  • Um referencial para a pregação, garantindo fidelidade às Escrituras.

Os Catecismos Maior e Breve de Westminster, elaborados junto com a Confissão, ajudaram na instrução de adultos e crianças, fortalecendo a fé reformada ao longo dos séculos.

3.5. O Impacto da Confissão de Westminster no Presbiterianismo

Embora tenha sido escrita na Inglaterra, a Confissão de Westminster teve seu maior impacto na Escócia e nos países de tradição presbiteriana. A Igreja da Escócia a adotou oficialmente, e ela se tornou a confissão fundamental do presbiterianismo mundial.

No Brasil, a Igreja Presbiteriana adota a Confissão de Fé de Westminster como padrão doutrinário, reafirmando seu compromisso com a fé reformada e a centralidade das Escrituras.

4. Por Que os Crentes Possuem uma Confissão de Fé?

Desde os tempos bíblicos, o povo de Deus tem utilizado declarações doutrinárias para expressar, ensinar e preservar a fé. Mas por que isso é necessário? Se a Bíblia é suficiente para nossa vida e doutrina, qual a importância de uma confissão de fé?

Como já observado, a Confissão de Fé de Westminster, assim como outras confissões históricas, não substitui a Bíblia, mas servem como um instrumento de clareza, unidade e defesa da verdade. A seguir, exploraremos os principais motivos pelos quais os crentes possuem uma confissão de fé.

4.1. Uma Expressão Coletiva da Fé Cristã

A fé cristã não é apenas individual; ela é comunitária. Desde o Antigo Testamento, Deus estabeleceu Sua verdade para ser ensinada e transmitida entre o Seu povo. Em Deuteronômio 6:4-9, vemos que os israelitas tinham uma confissão fundamental, conhecida como Shema Israel (profissão de fé):

"Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor." (Deuteronômio 6:4)

No Novo Testamento, encontramos declarações semelhantes que resumem verdades centrais da fé cristã, como:

 "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." (Mateus 16:16) – Confissão de Pedro.

"Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras." (1 Coríntios 15:3) – Resumo do evangelho.

Essas confissões bíblicas mostram que desde os tempos apostólicos os crentes expressavam sua fé por meio de declarações claras.

4.2. Defesa Contra Falsos Ensinos

Ao longo da história da igreja, muitas heresias surgiram, desafiando a verdade bíblica. As confissões de fé foram formuladas como respostas a esses ataques, ajudando os crentes a discernirem o que é correto.

Por exemplo, no século IV, surgiu o Arianismo, que negava a divindade de Cristo. Para combater esse erro, foi formulado o Credo de Niceia (325 d.C.), que afirma:

"Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus [...] consubstancial ao Pai.“

Da mesma forma, a Confissão de Fé de Westminster foi escrita para fortalecer a fé reformada diante dos desafios teológicos do século XVII, protegendo a igreja contra falsas doutrinas.

4.3. Uma Ajuda na Interpretação Correta da Bíblia

A Bíblia é a Palavra de Deus e é suficiente para nossa vida e doutrina (2 Timóteo 3:16-17). No entanto, sem uma interpretação coerente, diferentes pessoas podem entendê-la de formas equivocadas.

Uma confissão de fé:

  • Resume as principais doutrinas bíblicas, organizando-as de forma clara.
  • Evita interpretações subjetivas, garantindo que a igreja permaneça fiel à verdade.
  • Orienta pregadores e professores a ensinarem de maneira bíblica e consistente.

A Confissão de Westminster cumpre esse papel ao apresentar uma teologia sistemática baseada nas Escrituras.

4.4. Preservação da Verdade para as Próximas Gerações

Uma confissão de fé não é apenas um documento para o presente, mas um legado para o futuro. Em 2 Timóteo 2:2, Paulo instrui Timóteo:

"O que de mim ouviste entre muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem a outros.“

As confissões de fé garantem que a igreja transmita a sã doutrina de geração em geração, protegendo-a contra desvios teológicos.

4.5. Unidade e Identidade Doutrinária

Uma igreja sem uma confissão clara pode cair em divisão doutrinária, pois cada líder ou membro pode interpretar a Bíblia de maneira diferente.

Ao longo da história, igrejas reformadas adotaram confissões como um padrão unificador, garantindo que:

  • Todos os membros compartilhem uma fé comum.
  • A liderança pastoral tenha um referencial teológico sólido.
  • A igreja mantenha sua identidade doutrinária ao longo do tempo.

A Confissão de Fé de Westminster continua sendo um elemento de unidade para os presbiterianos ao redor do mundo.

5. Por que Nós Presbiterianos Utilizamos a Confissão de Fé de Westminster?

A Confissão de Fé de Westminster é um dos documentos mais importantes da tradição reformada e presbiteriana. Ela não é apenas um resumo das doutrinas cristãs, mas uma declaração detalhada da fé baseada nas Escrituras. Os presbiterianos a adotam como padrão doutrinário porque ela reflete fielmente as crenças reformadas e fornece uma base sólida para a organização e a prática da igreja.

5.1. A Confissão de Westminster Reflete a Teologia Reformada

Os presbiterianos seguem a tradição teológica reformada, baseada nas Escrituras e nos ensinamentos de teólogos reformadores. A Confissão de Fé de Westminster está alinhada com essa tradição, enfatizando doutrinas fundamentais como:

  • A Soberania de Deus – Deus governa todas as coisas com poder absoluto e sabedoria perfeita.
  • A Centralidade das Escrituras – A Bíblia é a única regra de fé e prática.
  • A Salvação pela Graça Mediante a Fé – A justificação é somente pela graça, por meio da fé em Cristo.
  • A Doutrina da Aliança – Deus lida com Seu povo por meio de alianças, desde o Antigo até o Novo Testamento.
  • A Igreja como Comunidade Pactual – A igreja é composta pelo povo eleito de Deus e deve ser governada conforme os princípios bíblicos.

Essas doutrinas são essenciais para a identidade presbiteriana, e a Confissão de Westminster as expressa de maneira clara e detalhada.

5.2. Autoridade e Submissão à Confissão

Os presbiterianos não colocam a Confissão de Fé acima da Bíblia. Pelo contrário, ela é considerada um resumo fiel das Escrituras. Quando um pastor ou presbítero é ordenado, ele deve afirmar que aceita a Confissão como um padrão doutrinário, desde que esteja sempre subordinada à autoridade suprema das Escrituras.

Isso significa que a Confissão de Westminster não é um documento infalível, mas serve como uma ferramenta para garantir a fidelidade doutrinária dentro da igreja.

5.3. Um Guia para a Organização da Igreja

A Confissão de Fé de Westminster não trata apenas de doutrinas, mas também de aspectos práticos da vida e do governo da igreja. Os presbiterianos adotam um modelo de governo baseado nos princípios reformados expressos na Confissão e em seus documentos associados, como:

  • O Governo Presbiteriano – A igreja é governada por presbíteros (anciãos), eleitos pela congregação e organizados em concílios (igreja local, presbitério, sínodo e assembleia geral).
  • A Disciplina Eclesiástica – A igreja tem autoridade para corrigir membros em erro doutrinário ou moral.
  • A Regra Bíblica para o Culto – O culto deve ser realizado conforme os princípios estabelecidos na Palavra de Deus, sem acréscimos humanos (Princípio Regulador do Culto).

Esses princípios garantem que a igreja se mantenha fiel ao ensino bíblico e evite abusos ou desvios doutrinários.

5.4. Continuidade Histórica e Unidade da Igreja Presbiteriana

Desde que foi escrita em 1646, a Confissão de Westminster tem sido adotada por diversas igrejas reformadas ao redor do mundo. Isso significa que a Igreja Presbiteriana no Brasil está ligada historicamente a outras igrejas reformadas, formando uma comunidade global que compartilha da mesma fé.

Ao adotar a Confissão de Westminster, os presbiterianos demonstram seu compromisso com a tradição reformada e com a unidade da igreja ao longo da história.

5.5. Ensino e Discipulado Baseados na Confissão

A Confissão de Fé de Westminster também serve como ferramenta de ensino para a igreja. Ela é utilizada para:

  • Instrução de novos membros, garantindo que compreendam as doutrinas reformadas.
  • Formação de líderes, ajudando pastores e presbíteros a ensinarem com fidelidade.
  • Catequese de crianças e jovens, por meio do Catecismo Maior e Breve de Westminster.

Dessa forma, a Confissão de Westminster não é apenas um documento histórico, mas um guia prático para a vida da igreja e dos seus membros.

6. A Relevância da Confissão de Fé de Westminster nos Dias Atuais

A Confissão de Fé de Westminster foi escrita no século XVII, mas sua importância continua até hoje. Algumas pessoas podem questionar se um documento tão antigo ainda tem valor para a igreja contemporânea. No entanto, os princípios doutrinários e práticos contidos na Confissão permanecem fundamentais para a fé e a vida cristã.

6.1. A Verdade Bíblica é Imutável

A principal razão pela qual a Confissão de Westminster ainda é relevante é que ela se baseia nas Escrituras, que são imutáveis e eternas. O próprio Senhor Jesus disse:

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão.” (Mateus 24:35)

Como a Confissão de Westminster é uma exposição fiel da Bíblia, seus ensinamentos permanecem aplicáveis. Os desafios podem mudar com o tempo, mas a necessidade de uma doutrina sólida e fiel à Palavra de Deus permanece.

Além disso, a Confissão nos ajuda a manter um pensamento bíblico em um mundo relativista, onde muitas pessoas rejeitam a ideia de uma verdade absoluta.

6.2. Proteção Contra Falsos Ensinos

Assim como no século XVII, a igreja de hoje enfrenta muitos ataques doutrinários. Algumas das heresias combatidas pela Confissão ainda estão presentes, embora sob novas formas.
Por exemplo:

  • A negação da soberania de Deus – Muitas igrejas modernas ensinam um evangelho centrado no homem, enfraquecendo a doutrina da graça.
  • A relativização da Escritura – Algumas teologias liberais questionam a autoridade da Bíblia, substituindo-a por interpretações subjetivas.
  • O sincretismo religioso – Há uma tendência crescente de misturar o cristianismo com filosofias seculares e outras religiões.

A Confissão de Westminster nos ajuda a discernir e rejeitar falsos ensinos, preservando a pureza da fé cristã reformada.

6.3. Aplicação Prática na Vida Cristã

A Confissão não trata apenas de doutrinas abstratas, mas também de aspectos práticos da vida cristã. Ela nos ensina sobre:

  • A importância da oração – Mostra como devemos nos aproximar de Deus com reverência e fé.
  • O culto público e privado – Reforça a necessidade de adoração bíblica e familiar.
  • A santificação – Ensina que a vida cristã deve ser marcada por crescimento espiritual e obediência a Deus.
  • O papel da igreja – Define a igreja como a comunidade visível dos crentes, com responsabilidades de discipulado e evangelismo.

Em tempos de secularização e distrações constantes, a Confissão de Westminster nos chama de volta a uma vida cristã centrada na Palavra de Deus.

6.4. Um Alicerce para a Educação Cristã

A Confissão de Westminster também tem um papel importante na educação cristã, pois oferece um ensino estruturado e aprofundado das Escrituras.

Ela serve como base para:

  • Catequese de crianças e jovens – Ajudando a nova geração a conhecer e amar a doutrina reformada.
  • Treinamento de líderes e pastores – Garantindo que a liderança da igreja tenha uma teologia sólida.
  • Discipulado na igreja – Proporcionando materiais confiáveis para o ensino bíblico.

Dessa forma, a Confissão não apenas protege a doutrina, mas também fortalece a formação cristã das futuras gerações.

6.5. Unidade da Igreja Presbiteriana

Em um mundo onde muitas igrejas sofrem divisões por falta de clareza doutrinária, a Confissão de Westminster continua sendo um elemento de unidade para a Igreja Presbiteriana.

Ela assegura que todas as igrejas presbiterianas compartilhem:

  • Uma mesma visão teológica.
  • Uma mesma forma de governo eclesiástico.
  • Uma mesma identidade reformada.

Isso fortalece a comunhão entre os crentes e a cooperação entre igrejas em missões, evangelismo e discipulado.

Conclusão Final

A Confissão de Fé de Westminster é um dos documentos mais preciosos da tradição reformada. Ela preserva a verdade bíblica, orienta a vida da igreja, fortalece o ensino e o discipulado e mantém a unidade do povo de Deus.

Como presbiterianos, temos o privilégio de seguir essa herança reformada e devemos nos esforçar para compreendê-la, ensiná-la e aplicá-la em nossa caminhada cristã.

Que Deus nos dê graça para sermos fiéis à Sua Palavra, sustentados pela verdade revelada na Escritura e expressa de maneira tão clara na Confissão de Westminster!

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça.” (2 Timóteo 3:16)

Referências:

A Bíblia Sagrada: Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

ASSEMBLEIA DE WESTMINSTER. Confissão de Fé de Westminster. 1646. Disponível em: https://dogmaticareformada.com.br/category/confissoes-e-credos. Acesso em: 11/01/2025.

ASSEMBLEIA DE WESTMINSTER. Catecismo Maior de Westminster. 1647. Disponível em: https://dogmaticareformada.com.br/category/confissoes-e-credos. Acesso em: 11/01/2025.

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1. MACPHERSON, John. The Westminster Confession of Faith. Edinburgh: T&T Clark, 1882. Disponível em: https://archive.org/details/westminsterconfe00macp. Acesso em: 14/12/2024.

2. LETHAM, Robert. The Westminster Assembly: Reading Its Theology in Historical Context. Phillipsburg: P&R Publishing, 2009. Disponível em: https://www.christianstudylibrary.org/files/pub/book_previews/Robert-Letham_The-Westminster-Assembly_Perspectives-on-Westminster.pdf. Acesso em: 21/01/2025.

PACKER, J. I. A Fé dos Reformadores. São Paulo: Cultura Cristã, 2013.

BEEKE, Joel R.; FERGUSON, Sinclair B. Harmonia das Confissões Reformadas. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2007.



Sobre o autor: Daniel L. Petersen

Gaúcho de São Leopoldo, casado com Liviane Garcia a mais de 12 anos. Pai das gêmeas Júlia e Rebeca, Cristão Reformado, membro da Igreja Presbiteriana Aliança Reformada. Apaixonado por aprender e ensinar. Graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela Faculdade UNIP Porto Velho e Licenciatura em Geografia pelo UniBF. Na áre de Tecnologia: Pós Graduado em Redes e Segurança da Informação pela Faculdade Porto Velho e Eng. de Software pela IPB (Instituto Pedagógico Brasileiro). Na área da Educação: Pós Graduado pelo Instituto Pedagógico Brasileiro nos cursos de Metodologia do Ensino da História e da Geografia, História do Brasil, Tutoria em Educação a Distância e Ensino Religioso. Na área Teológica: Pós Graduado no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper em Estudos Teológicos. Participou como professor nas classes de Catecúmenos, Panorama do Novo Testamento e Cosmovisão Cristã na EBDF na 1ª IPB Porto Velho. Atualmente Profº da Classe de Catecúmenos na Igreja Local.

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Última atualização: 28/02/2025 21:19:00



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